Capitalismo de stakeholders: entenda tudo sobre!
Você já ouviu falar no capitalismo de stakeholders? O termo capitalismo é amplamente conhecido na sociedade por estar relacionado à degradação constante do meio ambiente e a exploração econômica. Mas e se uma opção humana e consciente existisse, será que você acreditaria nela?
Neste artigo, você descobrirá o que é o capitalismo de stakeholders e como ele é construído, passando por seus tipos, princípios, pilares e qual a sua contribuição para a sociedade. Continue a leitura para saber mais a respeito desse movimento reverso e como ele se comporta dentro do mercado.
O que é o capitalismo de stakeholders?
O capitalismo de stakeholders consiste em uma vertente do capitalismo que se conhece na sociedade onde o foco das empresas é gerar valor a longo prazo. Porém, considera as necessidades de todos os envolvidos, além de promover o bem-estar social, com diversos tipos de atividades envolvidas, entre elas:
- Culturais;
- Sociais
- Éticas;
- Emocionais;
- Ecológicas;
- Físicas;
- Intelectuais
- Financeiras.
Dessa forma, obter lucro, renda e emprego não é o suficiente, mas também outros valores como a qualidade de vida das pessoas em uma sociedade. Por isso, o capitalismo de stakeholders é conhecido como um tipo de capitalismo reverso, uma vez que esse pensamento é muito mais consciente.
É importante ressaltar que nesse modelo, a ampliação dos lucros continua sendo trabalhada, porém, também é considerado a criação valores a longo prazo não só para o bom funcionamento de uma empresa, mas para todos envolvidos.
Quais são seus tipos?
De acordo com o criador do termo, Klaus Schwab, em um texto publicado em 2019, ele define o capitalismo de stakeholders em três tipos, os quais são:
- Capitalismo de acionistas: Onde o lucro tem destaque, e que por muito tempo proporcionou novas possibilidades de emprego dentro do mercado e impulsionou a prosperidade.
- Capitalismo de Estado: O Estado é o responsável por determinar os caminhos que a economia terá.
Capitalismo de stakeholders: A empresa se responsabiliza não só pelos seus interesses, mas o de toda a comunidade.
O criador do termo diz que o primeiro modelo cresceu junto da globalização, assim rompeu os laços entre a empresa e seu entorno, mas hoje a estrutura é insustentável. Ainda complementa dizendo: “Ao mesmo tempo, sindicatos, governos, e outras partes interessadas da sociedade civil perderam muito do seu poder e influência, enfraquecendo ainda mais o tecido em que um modelo de partes interessadas prosperar.”
De acordo com Schwab, os países que adotaram o conceito criado por ele de capitalismo de stakeholders com a ideia de governança tiveram suas bases enfraquecidas enquanto outros se tornavam mais potentes.
Quais os princípios do capitalismo de stakeholders?
O chamado capitalismo reverso, além de tipos, possui princípios, onde seus principais destaques estão na cultura consciente, os propósitos estruturados, liderança e direcionamento a todos os envolvidos. Confira mais de cada um desses princípios do capitalismo de stakeholders a seguir.
Liderança
O princípio se baseia em investir na capacitação de seus líderes, pois, quando bem treinado acompanha e implementa novos processos em uma organização. Uma pessoa que já faz parte de uma empresa ou um CEO podem ser líderes, porém outras pessoas, como novos profissionais, podem ser contratados especializados em capitalismo reverso.
Cultura consciente
Para implementar o capitalismo de stakeholders é preciso buscar encontros que promovam conexões mais assertivas, e que ofereçam toda a base para que esse conceito seja construído nas empresas.
Esse contato pode ser feito entre responsáveis de outras empresas e que também estão se dedicando a aprender mais sobre esses princípios para implementar em suas repartições.
Propósitos definidos
É muito necessário que os colaboradores de uma empresa captem a clareza das metas sustentáveis de um negócio. Porque com esses princípios bem estruturados a empresa conseguirá obter uma maior organização e administração com responsabilidade de suas fases. Além de alinhar a gestão sustentável aos rendimentos gerados.
Os princípios do capitalismo reverso servem para dar a empresa o direcionamento necessário e potencializar a compreensão dos colaboradores sobre este conceito. O qual visa melhorar a qualidade de vida de todos, indo além dos interesses próprios de uma empresa.
Os pilares do capitalismo de stakeholders
Assim como os tipos e princípios, o capitalismo de stakeholders também possui seus pilares, ou seja, uma base que faz todo o conceito ter sentido. Confira quais são e como cada uma se comporta.
- Princípios de governança: Estão relacionados ao propósito que uma empresa tem, e nesse sentido se refletem o seu comportamento ético (ética empresarial, gerenciamento de riscos e combate a práticas desonestas e corrupção);
- Planeta: Organização de uma empresa frente aos impactos causados ao meio ambiente (gerenciamento de consumo de água, fontes de energias utilizadas, e resíduos) e aos recursos naturais;
- Pessoas: Comportamento de uma empresa com seus colaboradores, ocasionando uma maior oportunidade de desenvolvimento, pluralidade, investimento em uma melhor qualidade de vida e capacitação;
- Prosperidade: Análise de como uma empresa pode influenciar no bem-estar de uma comunidade, dando suporte ao desenvolvimento de tecnologias, ampliação do quadro de colaboradores, e potencialização da produção.
O capitalismo reverso promove nas empresas uma verdadeira mudança de hábitos, fazendo com que os colaboradores acompanhem os processos cada vez mais transparentes e pensados para todos em uma organização. Assim, promovendo mudanças significativas que refletem de dentro para fora da empresa.
Qual o papel do capitalismo de stakeholders no mercado?
Em seu livro, “Stakeholder Capitalism, A Global Economy that Works for Progress People and Planet” de 2021 e lançado em colaboração com o economista Peter Vanham, o criador do termo capitalismo de stakeholders diz: “nosso sistema econômico global está quebrado. Mas podemos substituir a imagem atual de agitação global, insustentabilidade e incerteza por uma economia que funcione para todas as pessoas e para o planeta”.
Para acontecer essa reestruturação, alguns fatores são importantes, segundo Schwab, e estas estão relacionadas a quatro frentes importantes da sociedade que desempenham papéis essenciais na comunidade.
- Governos (países, estados e comunidades locais): possuem a missão de prover a prosperidade para grande parte das pessoas;
- Sociedade civil (sindicatos, organizações não governamentais, universidades e escolas): devem incentivar o interesse social trazendo propósitos para seus grupos;
- Empresas (setores privados, pequenos ou grandes): devem gerar lucros mensuráveis a curto prazo e agregar valor a longo prazo;
- Comunidade internacional (organizações como a União Europeia, Organização das Nações Unidas entre outras organizações): devem promover e preservar a paz nos territórios.
É necessário ressaltar que apesar de parecer um termo relativamente novo na sociedade, o capitalismo de stakeholders já é uma verdade, e cada vez mais ganha espaço nas organizações. Promovendo mudanças significativas de dentro para fora, visando no bem-estar de todos e indo muito além dos lucros das empresas.
O que se espera para o futuro é que esse conceito ganhe mais força se sobrepondo a outros tipos de capitalismo existentes na sociedade, promovendo valores significativos e de qualidade para todas as pessoas de uma comunidade.
Adotar o capitalismo reverso por meio de boas práticas é um caminho a se pensar para garantir às pessoas uma melhor qualidade de vida, visando sempre o desenvolvimento, capacitação e estruturação de organizações e da população como um todo.